nave-mãe

nave-mãe
receio pelo teor das palavras,
abafadas vozes em cirandas efêmeras.

o desconhecido emerge das cinzas
em círculos de fogo.

receio pela alvorada incandescente.

passageiro antigo de minha pátria,
creio na paisagem celeste dos teus rumos,
corpo etéreo cavalgando o infinito.

nave-mãe,
onde reluzem todas as cores,
paraíso de pousada santa.

Deus ressurgirá de teu cosmo
para julgar
cada pedaço deste chão
e os homens que ergueram
sobre esta terra
as primaveras atômicas.