poema de maio
nunca mais te vi,
nem mesmo quando,
solitários,
meus olhos sacudiram a tarde.
horas cinzas de maio,
de aparência esquiva
- nômade qualquer -
minha pátria nasce em ti
e sobre ti se deita
meu destino.
depois da chuva,
unicamente,
quando os fios esparsos
de cada ausência
romperem o tempo
e a prece mais atenta
gritar teu nome.
muros de ontem
não importa o aço,
ferro ou argila,
se és porto ou exílio.
quantas vezes
não me debrucei
em teu crepúsculo,
para pintar seu sorriso,
quando choravas...